terça-feira, 8 de maio de 2012

DEPRESSÃO PÓS PARTO




Mamãe!!

- Não perca tempo sofrendo, procure uma ajuda profissional de qualidade;
- Faça o tratamento e acompanhamento médico certinho, não desista, não desista de você e muito menos de seu bebê;
- Tenha a certeza que a depressão pós-parto tem cura;
- Lembre que depressão não é frescura, é doença;
- Aceite a ajuda de pessoas próximas.

O nascimento de um filho é um momento mágico, que transforma a vida de qualquer mulher, porém, ao mesmo tempo em que é excitante e cheio de expectativas, também pode ser um pouco estressante.


Durante a gestação e após o parto a mulher passa por muitas mudanças físicas e emocionais, assim sendo, é comum que as mulheres se sintam amedrontadas, ansiosas, tristes e confusas. Esses sentimentos costumam ir embora depois de algum tempo, mas em algumas pessoas eles acabam permanecendo, resultando na depressão pós-parto.
A depressão pós parto pode começar na primeira semana após o parto e perdurar por até dois anos. Por ter conseqüências sérias, que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê, precisa de tratamento médico e psicoterapêutico.

* Quais são as causas que levam a mãe a ter depressão pós parto?

Não existe uma única causa para a depressão. Vários fatores podem ser mencionados como possível causa da depressão pós-parto dentre eles podemos citar as vivências inconscientes em que predominam as fantasias de esvaziamento ou de castração:

·         A vivência inconsciente da angústia do trauma do próprio nascimento, ou seja, Após o parto, sucedem reações conscientes e inconscientes na puérpera, dentro de seu ambiente familiar e social, que podem ativar profundas ansiedades. Uma das mais importantes é a vivência inconsciente da angústia do trauma do próprio nascimento: a passagem pelo canal do parto, que inviabiliza para sempre o retorno ao útero e empurra o bebê para um mundo totalmente novo e, portanto, temido. Isto abarca a perda súbita de percepções conhecidas, como os sons internos da mãe, o calor do aconchego, o sentido total de proteção, provocando o aparecimento de percepções novas e assustadoras;  (Cox, Connor, & Kendell, 1982; Cox,, Haldin, & Sagovsky 1987).

·         Separação corporal definitiva: o parto é vida e também é morte, pois, tanto quanto na morte, no nascimento também ocorre uma separação corporal definitiva e que se não for bem elaborado, pode trazer uma depressão muito mais intensa à puérpera. O parto é vivido como uma grande perda para a mãe. Ao longo dos meses de gestação, o bebê foi sentido como apenas seu, como parte integrante de si mesma e, bruscamente, torna-se um ser diferenciado dela, com vida própria e que deve ser compartilhado com os demais, apesar de todo ciúme que desperta (Laplanche & Pontalis, 1986; Lai & Huang,2004). Assim sendo, a mulher sai da situação de parto num estado de total conflito, como se tivesse perdido partes importantes de si mesma ou lhe tivessem extraído algo muito precioso.

·         No entanto, não é só isso. Há uma série de outros problemas podem levar à depressão pós parto, como:

·         As ansiedades de carência materna que pode ocorrer quando a puérpera apresenta forte dependência infantil em relação à própria mãe ou ao marido;
·         Auto depreciação, quando se sente incapaz de assumir as responsabilidades maternas
·         Sintomas depressivos durante ou antes da gestação;
·         Histórico de transtornos afetivos;
·         Tensão pré-menstrual freqüente;
·         Problemas de infertilidade anteriores à gravidez;
·         Primeira gravidez;
·         Produção independente;
·         Perda de pessoas queridas ou de um filho anterior;
·         Presença de anomalias no bebê;
·         Desarmonia conjugal;
·         Separação do casal durante a gravidez;
·         Insatisfação com o emprego;
·         Dificuldades financeiras;
·         Aborto anterior à gravidez e até desapontamento com o sexo do bebê.
·         Gravidez não desejada;
·         Grande número de filhos;


* Como diferenciar a depressão, do abandono, pois muitas mães abandonam e largam os bebês por livre espontânea vontade, enquanto outras devido à depressão? como diferenciar? 

Mães que abandonam seus filhos logo após o parto é notícia que tem feito parte do cotidiano midiático. Infelizmente isso é uma realidade, os motivos são diversos.

Na grande maioria das vezes essas mulheres estão acometidas de um adoecimento. Para saber se ela está adoecida é preciso passar por uma avaliação médica (psiquiátrica e psicológica), somente profissionais especializados podem fazer essa avaliação, pois vários são os adoecimentos que levam a mulher a tal atitude, não só necessariamente a depressão pós parto, mas outros fatores emocionais corroboram para tal comportamento.


* Por que a mulher tem um risco maior de crises depressivas no pós-parto? 

Durante a gestação e após o parto a mulher passa por muitas mudanças físicas, emocionais e hormonais, assim sendo, é comum que as mulheres se sintam amedrontadas, ansiosas, tristes e confusas.

A gestação demanda muita energia da futura mamãe, e em decorrência, o parto igualmente exigirá muita energia. Portanto, a mulher se tornará muito mais sensível após o parto, fato que pode colaborar para a manifestação desse tipo de depressão.

No entanto é importante salientar que o aparecimento desses sintomas só vai suceder caso exista um fator que desencadeie esse sentimento de rejeição pela criança.


 * Como  detectar esta depressão? sintomas? 

Os sintomas do estado depressivo variam quanto à maneira e intensidade com que se manifestam, pois dependem do tipo de personalidade da puérpera e de sua própria história de vida, bem como, no aspecto fisiológico, as mudanças bioquímicas que se processam logo após o parto.
No entanto uma da formas de detectar é ficar atento a alguns sintomas, e um dos sintomas muito freqüente e comum a qualquer estado de depressão pós parto é a rejeição ao bebê. Outros sintomas comuns são:

·         Tristeza
·         Sentimentos de culpa,
·         Desânimo persistente, falta de vontade até mesmo de fazer coisas simples como tomar banho, assistir televisão ou ler uma revista.
·         Alterações do sono,
·         Idéias suicidas,
·         Temor de machucar o filho,
·         Presença de idéias obsessivas
·         Diminuições do apetite e da libido.

* Como tratar?

É preciso de um acompanhamento multidisciplinar com o Obstetra, o Psicólogo e, às vezes, o Psiquiatra.
Não há dúvidas que a Psicoterapia é um ótimo caminho, pois a depressão afeta a mulher, num todo. Não se restringindo apenas ao aspecto físico. Como existem muitos fatores psicológicos, ou fatores do cotidiano da vida da mulher que possam estar provocando ou perpetuando a depressão, psicoterapia é muito importante. Nas depressões mais graves, o medicamento deve ser utilizado.

* É normal a mãe se sentir incapaz de cuidar do seu filho, ou o rejeitar? 

A tristeza é um sentimento comum logo após o nascimento, mas se esses sentimentos se agravarem e forem somados a atitudes como se afastar do filho devido ao medo de não saber como cuidá-lo ou protegê-lo obsessivamente, é hora de procurar um tratamento.

É comum a mulher passar por um quadro de depressão leve depois de ter um filho. É a chamada tristeza pós-parto, que atinge 50% das mulheres e não causa maiores seqüelas.

Geralmente essa tristeza começa entre o segundo e o quarto dia após o parto e dura entre quatro e cinco semanas, os sintomas da tristeza pós-parto e da depressão pós-parto são semelhantes, porém a diferença está na duração. Na tristeza pós parto a mãe tem choro fácil, fica irritada, indisposta ou levemente deprimida, no entanto isso não a impede de realizar tarefas, pois dura apenas algumas semanas. Já na depressão pós-parto o quadro é bem mais grave e incapacitante, colocando em perigo tanto o bem-estar da mãe como o do bebê, sendo detectada entre a sexta e a oitava semana depois do parto.

* Como a família pode ajudar esta mãe no tratamento? 

Em casos de depressão pós parto a família tem papel fundamental e deve principalmente ficar atenta às atitudes comportamentais da mãe em relação ao bebê, sabendo que é muito importante preservar a relação de afetividade entre ambos.

O companheiro e a família podem e devem contribuir neste processo, o dialogo é fundamental, é imprescindível também apoiar a mãe com muita compreensão, amor e afeto, pois depressão pós parto não é “frescura”, é uma doença séria e que pode ter sérias conseqüências.

Se for necessário, a família não deve ter receio de procurar um especialista para acompanhá-la, o auxílio de profissionais da área é de grande valia, como o obstetra, o psicólogo. Especialistas têm todo o embasamento para encontrar precocemente o tratamento para conservar a qualidade de vida de todos.

Enquanto a mamãe está em tratamento, é adequado a família não ordenar algo que ela não se sinta em condições de realizar. É imprescindível respeitar os limites, compreender que a doença é incapacitante e que traz muito sofrimento é o caminho para que ela possa sair mais rapidamente deste problema.

* A depressão pode se prejudicial ao bebê?

Sim, muito. O estabelecimento de um bom vínculo afetivo entre mãe e filho nos primeiros meses de vida é essencial para o desenvolvimento saudável da criança.

A depressão nessa fase impede que a mãe cuide-se de forma apropriada e tenha disponibilidade emocional para cuidar e satisfazer às necessidades do filho. Além de todo o sofrimento causado à própria mãe, a doença pode prejudicar a qualidade da relação mãe-bebê, já que a mãe tranqüila e afetuosa tenderá a ter um bebê calmo e tranqüilo. Por outro lado, uma mãe insegura e ansiosa poderá acentuar sua inquietação e agitação.

A criança poderá apresentar além da agitação, da inquietação atrasos na fala, problemas de comportamento, choro constante.

A depressão pós-parto também pode ter conseqüências calamitosas no futuro: os filhos podem apresentar problemas de ajustamento social na adolescência, com maior tendência à apatia, à depressão, e ao abuso de substâncias psicoativas, devido à ansiedade. 

(Entrevista, na íntegra, concedida ao Jornal Diário Serrano, Ed. do dia 06 de maio de 2012. JOSELAINE GARCIA - Psicóloga – CRP 07/18433)
Para agendamento de consultas basta ligar, fone: (55) 9167-7928.

JOSELAINE GARCIA
Psicóloga - Hipnóloga
Pós Graduada em Docência Universitária
Credenciada junto  ao Instituto Brasileiro de Hipnologia
Membro da Sociedade Ibero-Americana de Hipnose Condicionativa


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