O "louco" uma bola de cristal que para muitos esta vazia, no entanto o "louco" carrega consigo um saber tão inascessivel e temivel, em uma esfera intacta. Ele é mártir do inconsciente, isto é, sua posição é a de uma testemunha aberta daquilo que outro lhe disse ou lhe fez saber, ele nos fala daquilo que alguém lhe falou. Já dizia Freud que o estado psicótico é uma defesa, é uma tentativa desesperada que o eu faz para se preservar, afinal para muitos a lucides é insuportável. Lacan nos diz que: "o louco é livre não porque tenha no bolso a imagem ideal que o afasta da desordem do mundo, mas sim porque tem no bolso sua causa, o objeto a”.
Devemos criar formas e maneiras de pensar a “loucura”, trabalhar essa situação em rede, englobando sociedade, família, instituições, profissionais de diferentes áreas, é preciso realmente criar, mas cria algo novo, assim devemos pensar conhecer e reconhecer à loucura, criando algo novo, percebendo-a como uma mistura de situações e atuações, vislumbrando todas as pontas, todos os lados, todas as situações que concebem a “diferença” e trabalhar com a individualidade de cada um.
A loucura é o descuido de ouvir o outro, é a vida enclausurada que distância os homens. Não podemos enxergar apenas a doença e os sintomas sem valorizar a fala dos pacientes, que têm algo a dizer. A fala dos pacientes são recheados de signos que remetem ao problema da frustração pela vida miserável, falta de trabalho, segurança e condições de vida mais decentes.
Recordo-me, neste momento, de algumas situações vislumbradas em alguns filmes que retratam esta realidade como Estamira e Bicho de Sete cabeças. Os filmes são como um espelho quebrado que revela fragmentos de vida de muitos brasileiros, nos levam a profunda reflexão.
“É preciso fingir. Quem é que não finge neste mundo? É preciso dizer que está bem disposto, que não tá com fome, é preciso dizer que não está com dor de dente, que não está com medo. Nenhum médico jamais me disse que a fome e a pobreza podem levar ao distúrbio mental. Mas quem não come fica nervoso, quem não come e vê seus parentes sem comer pode chegar à loucura. Um desgosto pode levar à loucura, uma morte da família, o abandono de um grande amor. A gente até precisa fingir que é louco sendo louco, fingir que é poeta sendo poeta”(fala no filme sete cabeças)
Resumiu minha vida nesse texto Kk.
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