Entrevista
Concedida ao Jornal Diário Serrano – Cruz Alta/RS, que deu origem a matéria do
dia 14 de outubro de 2012, "Depressão não deve ser confundida com tristeza
e baixo astral" – Repórter: Adrieli Fogaça – (Jornal Diário Serrano)
COMO PODEMOS CARACTERIZAR A DEPRESSÃO?
A depressão é uma doença comum e as
pessoas que sofrem de depressão precisam de apoio e tratamento.
O termo depressão constitui
uma patologia de humor, que de forma direta precisa ser identificada
e tratada, e que não está relacionada ao caráter do indivíduo nem com a
própria vontade do mesmo.
No contexto clínico, o termo
depressão não se refere somente a um humor deprimido, mas sim a um
complexo sindrômico caracterizado por alterações de humor, de
psicomotricidade e por uma variedade de distúrbios somáticos
e neurovegetativos (Assumpção-Junior, 1998).
Destarte, a depressão é uma
doença, ela afeta a forma como você se alimenta e dorme, como se sente em
relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.
Cabe salientar que uma doença
depressiva não é um desânimo ou um "baixo astral" passageiro. Também
não é sinal de fraqueza ou uma condição que possa ser superada apenas pela
vontade ou com esforço.
QUAIS OS SINTOMAS?
A depressão varia de pessoa para
pessoa, mas há alguns sinais e sintomas que são comuns.
Sinais e sintomas comuns da depressão:
1) Estado deprimido: sentir-se deprimido a
maior parte do tempo, quase todos os dias;
2) Anedônia: interesse ou prazer diminuído
para realizar a maioria das atividades;
3) Alteração de peso: perda ou ganho de peso
não intencional;
4) Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia
praticamente diárias;
5) Problemas psicomotores: agitação ou
apatia psicomotora, quase todos os dias;
6) Falta de energia: Sente-se cansado,
lento, e fisicamente esgotado. Todo o seu corpo pode sentir-se pesado e até
mesmo pequenas tarefas são difíceis de realizar ou a demorar mais
tempo para serem concluídas.
7) Auto-aversão: Culpa excessiva, ou seja,
sentimento permanente de culpa e inutilidade;
8) Dificuldade de concentração: Dificuldade
para se concentrar, tomar decisões, ou lembrar as coisas.
9) Idéias suicidas: pensamentos recorrentes
de suicídio ou morte.
10) Irritabilidade ou inquietação: Sente-se
agitado, e inquieto. O seu nível de tolerância à frustração é baixo, qualquer coisa
lhe incomoda.
11) Dores inexplicáveis: Um aumento do
número de queixas físicas, como dores de cabeça, dores nas costas, dores
musculares e dor de estômago.
CAUSAS?
A depressão é uma condição muito
pessoal que é acarretada por uma variedade de razões, ou seja, as causas da depressão
são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Dentre as
múltiplas causas podemos citar:
ü Problemas de relacionamento ou conjugal
ü Recentes experiências de vida stressantes
ü História familiar de depressão
ü Solidão
ü Falta de apoio social
ü Uso de álcool ou drogas
ü Tensão financeira
ü Trauma ou abuso de infância
ü Situação de desemprego ou o subemprego
ü Problemas de saúde ou de dor crônica
COMO É O TRATAMENTO? TEM CURA?
A
depressão é uma doença reversível, se tratada adequadamente. O tipo de tratamento depende da avaliação
diagnóstica de cada paciente, do tipo de depressão.
Pode
haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados
anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. Nesses
casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento pode ser apenas
psicoterápico.
Pode
haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre o
dia-a-dia do sujeito, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios
e alucinações) bem como ideação ou tentativas de suicídio. Nesse caso, o
tratamento medicamentoso se faz obrigatório, assim como o acompanhamento
psicoterápico.
Em
alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem variar de
acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos).
Importante salientar que o tratamento
não pode ser reduzido apenas à medicação, pois a depressão é causada por uma
combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais, portanto
a psicoterapia é fundamental.
A
complementação ao tratamento com atividades esportivas, exercícios físicos, também
é recomendável por alguns profissionais de saúde.
COMO EVITAR A DEPRESSÃO?
Muitas pessoas não têm as
competências necessárias para gerir o stress e as emoções de maneira equilibrada.
Construir e desenvolver competências emocionais pode dar-lhe a capacidade
de encarar e recuperar da adversidade, trauma e perda. Ou seja, aprender
a reconhecer e expressar suas emoções pode torná-lo mais resistente.
HÁ UMA FAIXA ETÁRIA MAIS AFETADA? MAIS HOMENS OU MULHERES?
A depressão pode ocorrer tanto em
homens como em mulheres, de todas as idades e de qualquer classe social.
Porém, a incidência é muito maior
entre as mulheres do que entre os homens (a proporção é de dois casos entre
elas para cada caso entre eles). Entre os indivíduos que também apresentam
maior risco de desenvolver a doença estão as pessoas com casos de depressão na
família, usuários de drogas, medicamentos e álcool, e mulheres nos dezoito
meses seguintes a um parto.
A QUESTÃO DE MUITAS PESSOAS TIRAREM SUA PRÓPRIA VIDA TEM RELAÇÃO COM UM
ESTADO DEPRESSIVO? ATÉ QUE PONTO A DEPRESSÃO PODE LEVAR UMA PESSOA A
SUICIDAR-SE?
A depressão pode levar a casos
extremos como o suicídio. A doença está associada à morte de cerca de 850.000
pessoas por ano, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O desespero e a desesperança que se
manifesta junto com a depressão pode levar a pensamentos sobre o
suicídio, a pessoa sente que colocar término à vida é a única forma de
escapar à dor.
Pensamentos de morte ou suicídio é
um sintoma grave de depressão, assim sendo qualquer conversa ou comportamento
que dê sinal dessa possibilidade deverá ser levado a sério, pois muitas vezes a
pessoa sente que colocar término à vida é a única forma de escapar à dor.
Segundo Carlson 2002, as tendências
suicidas têm posição de destaque, estando presentes numa fração
considerável (15% a 30%) dos indivíduos depressivos.
Os sinais de alerta para o suicídio incluem:
·
Expressar sentimentos fortes de
desespero ou de se sentir encurralado
·
Falar em morrer ou prejudicar-se
a si mesmo
·
Querer telefonar ou visitar
algumas pessoas para dizer adeus
·
Uma preocupação incomum com a
morte ou em morrer
·
Comportar-se de forma imprudente,
como se tivesse um desejo de morte (por exemplo, excesso de velocidade , passar
no sinal vermelho)
·
Verbalizar frases como “todos ficariam melhor sem mim” ou “qualquer dia acabo com isto tudo.”
JOSELAINE GARCIA
Psicóloga e Hipnóloga
CRP 07/18433 e SIAHC 1488
Pós Graduada em Docência
Universitária
Credenciada ao Instituto
Brasileiro de Hipnologia
Membro da Sociedade
Ibero-Americana de Hipnose Condicionativa
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Prêmios
recebidos
* Prêmio Master Sul Brasil 2012 - Consultório
de Psicologia destaque na Região Sul do Brasil, (RS, PR, SC) – ,
conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Prêmio Master Estadual 2012 - Consultório de
Psicologia destaque Estadual, conforme pesquisa da Empresa Master
Pesquisas.
* Troféu Master Estadual 2012 - Psicóloga
Destaque Estadual 2012, conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Psicóloga Destaque Municipal 2012, no município de
Cruz Alta/RS, Conforme pesquisa pública realizada pela empresa Ouro Pesquisa e
Publicidade.
* Psicóloga Destaque Municipal 2011, no município de
Cruz Alta/RS, conforme pesquisa pública da Sul Pesquisas, realizada no
município de Cruz Alta – RS