Comprar, comprar e comprar...
Muita gente compra para obter status, por precisão, ou até mesmo por modismo, mas há quem compre pelo simples prazer desse ato.
Quando a compulsão por comprar se apresenta de forma severa, ela se torna uma doença psicológica chamada Oniomania.
As compras compulsivas podem levar a sérios problemas psicológicos, ocupacionais, financeiros e familiares.
A pessoa que sofre de compulsão experimenta uma forte ansiedade que só é aliviada quando faz a compra. Ela não consegue controlar um desejo intrusivo e repetitivo. O ato é imediatamente seguido por intenso sentimento de alívio. Em situações de impossibilidade de comprar podem aparecer sintomas como irritação, sudorese, taquicardia, tremor e sensação de desmaio iminente. Algum tempo depois de adquirir a nova mercadoria, porém, surge a sensação de remorso e decepção diante da incapacidade de controlar o impulso. Numa atitude compensatória, o mal-estar causado pela culpa leva a pessoa a comprar novamente, dando continuidade ao círculo vicioso.
A avaliação do problema não é feita com base na quantidade de dinheiro gasto. Isso, por si só, não constitui evidência para diagnóstico, mas sim prejuízo que o comportamento pode causar na vida da pessoa, já que ela passa a negligenciar atividades sociais importantes como trabalho e família. O que deve ser considerado é a relação do paciente com a compra. Para o compulsivo, o único prazer está no ato de adquirir, ele não pretende usufruir do objeto: é um comportamento vazio.
O comprador compulsivo consome pelo prazer de consumir e não pela real necessidade do objeto, o que lhe excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. Essa pessoa "tem vontade de adquirir, mas não de ter", Na hora da compra, o craving (ou seja, a "avidez" por comprar) fala mais alto. Muitos problemas podem ser gerados por essa doença. Os compulsivos contraem dívidas altíssimas, o que gera problemas pessoais e familiares.
O descontrole é sem limites. Podemos traçar um paralelo entre as compulsões por compras e as dependências químicas. Em ambas, há perda de controle e o paciente se expõe a situações danosas para si e também para os outros. Assim como em alguns casos os dependentes químicos roubam para custear seus vícios, o compulsivo também pode se utilizar de meios ilegais para continuar comprando, quando são privados dos meios de compra, chegam até a roubar. Algumas vezes aplicam golpes, passam cheque sem fundo e pedem dinheiro emprestado para quitar dívidas advindas de sua compulsão.
Cabe esclarecer que não é um defeito de caráter, é uma doença mesmo, a pessoa não é desonesta, ela tem uma incapacidade de controlar esse impulso. Elas chegam ao tratamento porque acabam atrapalhando a vida das outras pessoas.
Entre os comportamentos mais comuns dos compradores compulsivos estão:
" Esconder as compras da família ou do parceiro;
" Mentir sobre a quantidade verdadeira de dinheiro gasto em compras;
" Gastar em resposta a sentimentos negativos como depressão ou tédio;
" Sentir euforia ou ansiedade durante a realização das compras;
" Culpa, vergonha ou auto-depreciação como resultado das compras;
" Se dedicar muito tempo fazendo "malabarismos" com as contas ou com as dívidas para acomodar os gastos;
" Além de uma atração incontrolável por cartões de créditos e cheques especiais.
Infelizmente, a maioria dos shopaholics só costuma procurar ajuda quando as dívidas estão grandes e os gastos exagerados já acarretam problemas familiares, nos relacionamentos, Em alguns casos, os portadores do transtorno só chegam ao consultório trazidos por familiares, amigos ou pelo cônjuge.
Como saber se és um compulsivo?
" Não resistir ao impulso de comprar
" Gastar mais que o planejado, o que o prejudica financeiramente
" Acabar com seus planos de vida e das pessoas à sua volta
" Pedir dinheiro emprestado para os outros e até aplicar golpes para poder saldar a dívida
" Precisar efetuar a compra de qualquer maneira, independentemente do produto comprado
" Perceber que está comprando coisas que não usa ou usa muito pouco
" Assumir dívidas altas que comprometem sua renda mensal.
Tratamentos
É necessário que haja um acompanhamento contínuo, ter a assistência de um psicólogo, de um psiquiatra, é necessário auto-conhecimento e a busca do motivo pelo qual a pessoa compra compulsivamente, dependendo da gravidade e dos outros aspectos concomitantes, pode ser necessário o uso de antidepressivos e ansiolíticos.
A terapia envolve tanto a compreensão racional de seus atos, a busca de soluções práticas quanto a formas de pagar as dívidas, como o entendimento das emoções básicas não atendidas que resultaram em compulsão. Muitas vezes há fortes eventos na história de vida deste compulsivo que colaboraram na instalação do sintoma, mas muitas vezes os eventos não são tão óbvios assim. Informações disfuncionais absorvidas ao longo da vida em doses imperceptíveis, podem ter fortes influencias.
Tem cura para a compulsão ou isso sempre volta?
Comumente volta sim. É uma coisa que podemos dizer que é crônica. Algumas pessoas se recuperam, mas é sempre bom ficar atento, pois o caminho para superação é difícil, mas não impossível.
JOSELAINE GARCIA
Psicóloga Clínica
Hipnóloga Clínica
Pós Graduada em Docência Universitária.
Hipnóloga credenciada ao Instituto Brasileiro de Hipnologia,
Membro da Sociedade Ibero-Americana de Hipnose Condicionativa.
Premiada Internacionalmente
Consultório Psicológico em Cruz Alta – RS
Rua Barão do Rio Branco 1701, sala 101 – centro.
Fone: (55) 99167-7928
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