PREVENIR UMA TAREFA POSSÍVEL!
1- Geralmente o
que leva uma pessoa a cometer suicídio?
Tanto o suicídio quanto a ideação suicida não
possuem etiologia específica, suas razões não são pontuais, as causas incluem
um extenso escopo é um comportamento com determinantes multifatorial e resultado
de uma complexa interação de fatores psicológicos, biológicos, culturais e
socioambientais, como vemos está cercado por uma teia de complexidades e muitas
vezes é o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do
indivíduo.
2- Quais doenças
estão associadas ao pensamento suicida?
O suicídio em si não é uma doença, nem essencialmente
a manifestação de uma doença, no entanto transtornos mentais constituem-se em
um importante fator associado com o suicídio. Pesquisas revelam que em mais de
90% dos casos de suicídio se enquadra num diagnóstico de transtorno mental,
destarte, o suicídio comumente é o epílogo trágico de doenças psiquiátricas
como os transtornos afetivos ou do humor (ex. mania e depressão). Cerca de 35,8%
de pessoas com transtorno de humor como a depressão morrem por suicídio. O
abuso de álcool e drogas também está associado à maior risco de suicídio.
Existem, também, causas imediatas predisponentes
como fracasso amoroso, perda do emprego, falência financeira ou morte de um
ente querido que agem como o último empurrão para o suicídio. Portanto, sempre
há muitos fatores que se combinam e que ocasionam o suicídio. Nunca é apenas um
motivo.
3- Qual a
dimensão do problema?
O comportamento suicida é na atualidade um dos maiores
problemas da Saúde Pública mundial e ganha impulso a cada ano, observando
alguns dados da Organização Mundial de Saúde podemos compreender a dimensão do
problema:
- Anualmente cerca de um milhão de pessoas por ano,
cometem suicídio em todo mundo;
- A cada 40 segundos uma pessoa consuma o suicídio
e de um suicídio consumado há uma estimativa de 10 tentativas
- Estimativas apontam que no ano de 2020 esse
número poderá chegar em torno de 1,5 milhão;
As estatísticas tristes e alarmantes são um sinal
claro de que esse é um problema de saúde pública. O impacto psicológico e
social do suicídio em uma família e na sociedade é imensurável. Em média, um
único suicídio afeta pelo menos outras seis pessoas.
4- Há como
evitar?
Sim, estudos mostram que 90% dos suicídios poderiam
ser evitados por estarem associados a patologias de ordem mental diagnosticável
e tratável, principalmente a depressão, ou seja, de cada dez casos de
autoextermínio, nove podem ser evitados onde houver o diagnóstico preciso
dessas patologias, o devido tratamento e a assistência das redes de cuidado e
atenção.
Outro caminho é prestar atenção aos sinais e a não
minimizar a situação quando as pessoas falam principalmente frases como: não
agüento mais essa vida, tenho vontade de sumir, quero acabar com meus problemas
e sofrimento, tudo isso deve ser levado em consideração. Se a pessoa fala, ela
pode fazer. A família pode até pensar que é uma forma de chantagem, mas quem
deve avaliar isso são os profissionais.
No núcleo familiar e comunitário, a melhor
prevenção é falar sem receio sobre suicídio e saber identificar os pedidos de
socorro das pessoas próximas. Nenhuma pessoa precisa dar uma solução para os
problemas do outro, deve apenas aprender a ouvir. As pessoas encontram as
soluções dentro de si quando falam e refletem sobre seus conflitos e emoções.
Pessoas que
apresentam um comportamento suicida carecem de acompanhamento psicológico e psiquiátrico
concomitante, não hesite em buscar ajuda!
5- A família/
amigos devem ficar atentos a quais sintomas que indicam que uma pessoa está
pensando em se suicidar?
A maioria dos suicidas dá sinais claros de que vai
se matar. Alguns dos sinais são:
- Afastamento ou isolamento social;
- Insônia persistente, angústia permanente ou
ansiedade;
- Apatia, letargia, falta de apetite;
- Dificuldades de relacionamento e integração na
família ou no grupo;
- Automutilação.
- Começar a colocar a vida em risco, como abusar de
álcool e drogas, dirigir de forma irresponsável, brincar com armas de fogos
perigosas
- Falar
muito acerca da morte, suicídio ou de que não há razões para viver, utilizando frases do tipo: Eu preferia estar morto,
Eu não agüento mais, Os outros vão ser mais felizes sem mim, Eu sou um peso
para os outros, qualquer frase nesta linha é um forte indicativo de risco de
suicídio.
Detectar os
sinais de alerta e intervir de forma eficaz é uma tarefa importante que poderá
salvar vidas. Para ajudar pessoas com esses sinais, você deve se certificar de
que elas não sejam deixadas sozinhas, remover quaisquer objetos perigosos ou
drogas que poderiam ser usados em uma tentativa de suicídio e procurar ajuda
médica imediata.
6- Porque o suicídio? As pessoas veem
ele como uma saída?
A “dor emocional” que muitas pessoas sentem diante
de um “vazio existencial”, é algo inexplicável, Ninguém escolhe suicidar-se.
Ele ocorre quando a dor que sentimos é maior que os recursos para enfrentá-los.
A sua intenção é parar a sua imensurável dor psicológica e não pôr término à
sua vida. O suicida na verdade não quer se matar, mas quer matar a sua dor, cada
pessoa tem os seus próprios motivos, muito particulares, profundos e
extremamente dolorosos que a levam a ponderar desistir de viver. Porém se faz
necessário salientar que o comportamento suicida não é apenas uma resposta a um
estresse extremo. O suicídio na maioria das vezes é o desfecho trágico de
doenças psiquiátricas como (depressão, bipolaridade, esquizofrenia, etc), estas
contribuem significativamente para um estado de maior desorganização e desconforto
emocional.
7- Quais fatores
aumentam o risco de uma pessoa cometer tal ato?
O principal fator de risco de suicídio é
presença de transtorno psiquiátrico, incluindo-se abuso
de substâncias. Porém existem outros fatores de alto risco de suicídio que
são: História familiar de suicídio, mudanças de condições de saúde ou estado
físico, Sentimento de desesperança, desemprego ou dificuldades econômicas,
problemas no trabalho, morte do cônjuge ou de amigos íntimos, família atual
desagregada por separação, divórcio ou viuvez, ter sido alvo de abuso sexual ou
psicológico, experiência de humilhação social recente, etc.
8- Suicídio é um
ato planejado ou impulsivo?
O suicídio raramente é uma decisão súbita,
inesperada, na maior parte dos casos o suicídio é algo planejado, a pessoa
arquiteta um plano, decide um método, antes de tomar uma decisão definitiva,
entretanto a impulsividade é uma característica da personalidade que interfere
na tomada de decisão e leva o indivíduo a se autodestruir.
9- Como intervir?
Nessa hora, ter alguém para ouvi-la pode fazer toda
a diferença!
Falar e uma das principais maneiras de prevenir o
suicídio. O suicídio é um ato de linguagem, de comunicação, sendo o suicídio um
ato, e o ato, por significado, aquilo que supre um dizer, deste modo, se falar
não atuo. Destarte, se oferecemos ao sujeito um lugar onde possa falar muito
freqüentemente ele não precisara mais atuar. Portanto, procure ouvir
atentamente, tente compreender os sentimentos dessa pessoa sem críticas,
converse abertamente, demonstre sua preocupação, seu cuidado e sua afeição para
com ela, procure conversa com a família, amigos ou rede de apoio dessa pessoa,
caso a pessoa tenha acesso a métodos suicidas, como armas e remédios, remova-os
imediatamente. Oriente e/ou auxilie a buscar ajuda na rede de saúde de sua comunidade.
10- Como lidar
com a perda?
O suicídio desencadeia o luto mais difícil de ser
enfrentado e resolvido de maneira eficaz em qualquer família, no entanto, a
vivência da perda, o luto, difere de pessoa para pessoa. Não há uma
maneira “normal” de lidar com essa perda, esse luto. Cada pessoa poderá
experimentar emoções diferentes, não raras às vezes combinada numa espécie de
tempestade avassaladora. Os estados emocionais podem variar entre a negação, a
tristeza, a raiva, a confusão, o desespero e até a culpa.
Como as pessoas são diferentes, vivem seus
sentimentos de forma diversa, e também elaboram o luto em tempos distintos e de
maneira muito pessoal.
As marcas são profundas e não
cicatrizam facilmente. Neste momento, é essencial que haja todo tipo de apoio,
para superar o trauma. Essas pessoas, muitas vezes, têm dificuldade em sentir
prazer de viver. Por conta disso, o acolhimento psicológico com técnicas
capazes de reduzir os danos psíquicos é de grande valia. A finalidade não
é eliminar a dor que já foi provocada, mas sim transformar o desespero em algo
tolerável, evitar que vire doença. Fazer com que a pessoa veja que ainda existe
futuro, perspectiva de vida mesmo após o fato.
11- O pensamento
suicida é hereditário? Por exemplo, quando alguém se mata há a probabilidade
maior do restante da família fazer o mesmo?
Nem todos os suicídios podem ser associados à
hereditariedade, existem muitos outros fatores que interferem na tomada de
decisão, não sendo a hereditariedade o fator mais determinante, porém uma
história familiar de suicídio, é um fator de risco importante para o
comportamento suicida.
12- Quais os
maiores mitos acerca do problema?
Muitos estigmas, mitos e preconceitos envolvem a
questão do suicídio, dentre eles podemos citar:
Mito - A pessoa que
quer se suicidar não avisa.
Verdade – Suicidas freqüentemente
dão ampla indicação de sua intenção, é fundamental estar atento ao que a pessoa
diz.
Mito - Quem pensa em
cometer suicídio, realmente quer se matar.
Verdade - A maioria das
pessoas que pensam em se matar, na verdade, têm sentimentos ambivalentes. Elas
desejam por um fim a um sofrimento.
Mito - falar sobre o
suicídio com a pessoa que quer se matar, pode estar induzindo a isso.
Verdade -. Falar sobre o
suicídio e as idéias que está tendo, ajuda a pessoa a se sentir acolhida por
alguém que se interessa por seu sofrimento. Vale ressaltar que buscar ajuda
profissional é importante após esse momento.
Mito - A pessoa que ameaça
suicídio deseja manipular os outros.
Verdade - A ameaça de
suicídio deve ser sempre lavada a sério. Isso indica que a pessoa está sofrendo
e necessita de ajuda, o que dirige a ação de suicidar-se é uma dor psíquica
insuportável.
Psicóloga Joselaine Garcia
CRP/RS 18.433
Psicóloga Clínica
Especialista em Hipnose Condicionativa
Especialista em Hipnoterapia cognitiva
Pós graduada em Docência Universitária
Membro do Latin American Quality
Institute
Psicóloga laureada com diversos
prêmios: Internacional, Nacional e Estadual
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