Psicóloga Joselaine Garcia Entrevista concedida, Jornal O JacuíAssunto: Lei da Palmada |
Entrevista
concedida, à Repórter Daniela Lisboa, do Jornal O Jacuí, da cidade do Salto do
Jacuí, Ed do dia 07 de janeiro de 2012.
O que você pensa sobre a Lei da Palmada, que proíbe agressões em
crianças e adolescentes?
No meu ponto de vista a lei da
palmada tem aspecto positivo e negativo:
O aspecto positivo é que chama
atenção para o fato de que a educação tem que ser diálogo, não violência. Os
pais necessitam ter o exercício do diálogo e compreender que a violência não
pode fazer parte da educação.
A discussão provocada por essa
medida é interessante para que a sociedade avalie a violência cometida contra a
criança dentro de muitos lares de forma “educativa”.
O aspecto negativo é que
intervém na intimidade da família, fazendo com que os pais hoje fiquem na
dúvida de como agir como pais e pequem na permissividade. Portanto, ainda que o
intento da lei possa ser boa, entendo que existam maneiras muito mais
pedagógicas e inteligentes de fazer os pais educarem corretamente os filhos.
Você acredita que umas “palmadinhas” possam ou não ajudar na
educação?
Raramente os pais se atêm a apenas
uma palmada. Comumente quem dá a palmada, não dá apenas uma, mas sim duas,
três, quatro. Uma “palmadinha” não é o problema, a palmada passa a ser um
problema quando se torna a principal forma de comunicação dos pais com os
filhos.
A palmada não é a melhor forma de
educar. A criança aprende pelo exemplo, e quando a gente bate, a lição que a
criança aprende é que a forma de resolução dos conflitos é agredindo
fisicamente.
Impor limites não necessariamente
tem como único caminho a palmada.
Você acha que esse tipo de Lei pode tirar a autoridade dos pais com
relação aos filhos?
Eu acredito que sim, penso que a
medida possa suscitar uma sensação de impunidade nas crianças e nos
adolescentes, hoje infelizmente só há cobrança e divulgação dos direitos das
crianças e adolescentes, mas não há cobranças e divulgação dos deveres,
destarte acredito que com essa lei pais e mães perdem seus lugares no exercício
da autoridade parental.
Penso que antes de se criar leis é
necessário educação e orientação, é muito importante educar os pais para eles
assumirem a responsabilidade da educação dos filhos com autoridade legitima,
não com autoritarismo.
O “ideal” é não precisar bater, e
que a ordem, a autoridade dos pais seja compreendida pela criança pela voz,
pelo olhar, não pela força, com uns ajustes as coisas podem seguir outro rumo.
Hoje os pais estão perdidos na forma de educar, por isso mais do que criar leis,
acredito no poder Estado de ensinar. Campanhas que auxiliem a sociedade a
pensar em outra formas de educar e por limites, em como os pais podem exercer a
autoridade sem autoritarismo ou violência são muito mais eficazes do à criação
de leis.
É possível educar um filho sem palmadas ou algum tipo de agressão?
Como?
Claro que sim, é certo que a
educação é um processo longo e exigente, para o qual não há receitas prontas,
mas os pais devem educar, ou construir o seu modo de educar pautado em valores
e princípios éticos.
A força física apenas gera medo e o
medo faz obedecer, mas não transmite princípios, nem impõe respeito.
Educar é também dar exemplos e assim
direcionar os filhos para um bom desenvolvimento emocional e para isso é
imprescindível, os pais terem consciência do seu próprio funcionamento, ou
seja, o que faz, para que faz e não só o porquê faz.
Portanto direcione seu filho dando
exemplos, ensine sendo e aprenda fazendo, não adianta o adulto almejar educar a
criança se ele mesmo não lida bem com suas limitações. De nada vale expor as
regras para seus filhos, esclarecer as causas e as consequências, se você
mesmo, como adulto, diz uma coisa e faz outra. A criança percebe de imediato a
dicotomia entre a palavra e a atitude.
Ter paciência, colocar limites e
regras e conversar com seu filho, com certeza trarão mais bem estar e confiança
entre pais e filhos. Quem educa com amor, ensina o amor.
O que geralmente acontece quando os pais decidem pelas palmadas, é a
perca da paciência?
Quando os pais usam da agressão
física para educar ou da psicológica para educar é porque algo já não vai bem,
a autoridade dos pais não está compreendida na mente da criança ou adolescente.
E isto necessita ser refletido pelo adulto no sentido de procurar entender o
que esta errado, onde estão ficando lacunas para esta deficiência da
autoridade, o que o filho esta buscando com tal pratica. Estas ponderações
auxiliam extremamente no transcurso do desenvolvimento da relação
pais e filhos.
As ‘palmadinhas’ podem causar algum trauma na criança? Por quê?
Uma leve palmadinha não, mas uma,
duas, três... e quando essas palmadas se tornam a única forma de intervenção
sim, pois a criança vai apreender que os conflitos são resolvidos com agressões
físicas.
Muitas vezes o ato repetitivo da
agressão pode levar a criança ou adolescente a sentir raiva do adulto e
aprender que a força é um meio cabível de alcançar o que quer. A agressão
física pode diminuir a autoestima, aflorar sua agressividade, seu medo e
insegurança.
Qual é a melhor maneira de repreender uma criança quando faz algo
errado sem causar quaisquer transtornos a ela?
É imprescindível manter a calma,
corrigir o comportamento com voz firme, autoridade e convicção de sua atitude.
Quando a criança se comporta mal,
deve ser proibida de fazer algo que gosta, perder algum privilégio, use o
castigos, mas estes tem que ser condizente e de acordo com idade da criança ou
adolescente, nunca aplique castigos que não serão possíveis de serem cumpridos,
tem que haver ponderação. É imprescindível não voltar atrás no castigo ou ordem
dada, as crianças devem compreender que todos os seus atos tem uma
consequência.
A criança/adolescente pode se tornar uma pessoa violenta por isso?
Sim, mas quando a palmada se torna a
principal forma de comunicação dos pais com os filhos. Educamos pelo exemplo,
normalmente os comportamentos dos pais são notados e repetidos por suas
crianças.
Como você acredita que deva ser uma relação familiar, qual o papel
do pai e da mãe?
Para ter uma relação de qualidade
com os filhos é imprescindível que os pais ouçam os seus filhos, que os
compreendam, que entrem no seu mundo e que partilhem, façam com eles. Que pais
e filhos se permitam a uma relação próxima, de intimidade, onde haja empatia,
confiança e segurança. Demonstre orgulho, elogie quando as coisas vão bem,
pergunte ao seu filho como foi o seu dia, as crianças vão sentir que tem valor,
se são estimulados a contar o que aconteceu durante o dia, perguntar como foi
seu dia e parar para escutar a resposta não demanda muito tempo.
Comunique-se com seu filho, uma boa
comunicação entre pais e filhos exige em primeiro lugar, traduzir o amor,
respeito, confiança, atenção e atender as suas necessidades básicas.
Comunicar-se com os filhos é dar
apoio, conhecer as suas dificuldades, verificar pelo que eles estão passando,
estimulando suas potencialidades, dando liberdades e incentivo, e respeitando
os sentimentos da criança.
O mais adequado é dar atenção à
criança antes que ela comece a se comportar mal, procure estar com a criança, durante
um tempo saudável, de qualidade, isso faz com que ela se sinta amada, querida e
certamente diminui a frequência dos comportamentos inadequados da criança.
JOSELAINE GARCIA
Psicóloga e Hipnóloga
CRP 07/18433 e SIAHC 1488
Pós Graduada em Docência Universitária
Hipnóloga credenciada ao Instituto Brasileiro de Hipnologia
e
Membro da Sociedade Ibero-Americana de Hipnose
Condicionativa
Consultório Psicológico em Cruz
Alta - RS
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Prêmios
recebidos em 2013
* Psicóloga Destaque Mercosul, Prêmio Master Mercosul 2013,
conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Psicóloga Destaque Estadual, Prêmio Master Estadual 2013,
conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Psicóloga Destaque Municipal 2013, no município de Cruz
Alta/RS, Conforme pesquisa da Empresa Exclusiva Pesquisas
Prêmios
recebidos em 2012
* Psicóloga Destaque Nacional, Prêmio Master
Nacional Integrado 2012, conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Consultório de Psicologia destaque na Região Sul do Brasil, (RS,
PR, SC), Prêmio Master Sul Brasil 2012, conforme pesquisa da Empresa
Master Pesquisas.
* Consultório de Psicologia destaque Estadual, Prêmio Master
Estadual 2012, conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Psicóloga Destaque Estadual 2012, Troféu Master
Estadual 2012, conforme pesquisa da Empresa Master Pesquisas.
* Psicóloga Destaque Municipal 2012, no município de Cruz
Alta/RS, Conforme pesquisa da Empresa Exclusiva Pesquisas.
* Psicóloga Destaque Municipal 2012, no município de
Cruz Alta/RS, Conforme pesquisa da empresa Ouro Pesquisa e Publicidade.
Prêmios
recebidos em 2011
* Psicóloga Destaque Municipal 2011, no município de
Cruz Alta/RS, conforme pesquisa da Empresa Sul Pesquisas.
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