A depressão é a incapacidade de sentir prazer, de sentir-se
feliz, independente de haver ou não motivo para isso, é uma doença grave,
ela compromete a qualidade de vida de uma pessoa, seu corpo, humor e
pensamento, altera a forma como você se alimenta, dorme, como se sente em
relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.
A OMS define depressão como um transtorno mental comum,
caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações
entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do
apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração. Ela pode ser
de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao
suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na
forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e psicoterapia.
Cabe salientar que uma doença depressiva não é tristeza, desânimo ou um
"baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza
ou uma condição que possa ser superada apenas pela vontade ou com esforço.
No contexto clínico, o termo depressão não se refere somente a um
humor deprimido, mas sim a um
complexo sindrômico caracterizado por alterações de humor, de
psicomotricidade e por uma variedade de distúrbios somáticos
e neurovegetativos (Assumpção-Junior, 1998).
O termo depressão constitui uma patologia de humor, que de forma
direta precisa ser
identificada e tratada, e que não está relacionada ao caráter
do indivíduo nem com a própria vontade do mesmo.
MUITOS FALAM SOBRE A DOENÇA SER
O MAL DO SÉCULO, PODE-SE DIZER QUE REALMENTE É?
Este transtorno é capaz de gerar enormes danos sociais e
laborais, destarte infelizmente este
“título” lhe faz jus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que nos
próximos 20 anos a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo,
afetando mais pessoas do que outros problemas de saúde como câncer e doenças
cardíacas.
A DEPRESSÃO ATINGE MAIS
ADOLESCENTES, JOVENS, ADULTOS OU IDOSOS?
A doença pode surgir a qualquer idade, no entanto a incidência é mais
alta nas idades médias. Infelizmente, há crescente reconhecimento da
depressão durante a adolescência e início da vida adulta.
Muitas pessoas apresentam uma primeira crise
de Depressão durante a adolescência, apesar de nem sempre essa crise
ser reconhecida ou diagnosticada. Conforme pesquisas,
a Depressão freqüentemente surge pela primeira vez em pessoas com
idade entre 15 e 19 anos, ainda que costume ser diagnosticada em pessoas mais
velhas.
Atualmente sabemos que os adolescentes são tão susceptíveis
à Depressão quanto adultos. O conflito do adolescente é fator de
risco para desencadear a Depressão.
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DE
UMA DEPRESSÃO NÃO TRATADA?
Quando não tratada a depressão pode ter resultados devastadores na
vida de uma pessoa. Entre as conseqüências estão perda do emprego ou interrupção do estudo, dificuldade de
relacionamento, fadiga e distorção negativa dos fatos, porém, o principal risco
é o de suicídio, a depressão pode levar a casos extremos como o
suicídio. A doença está associada à morte de cerca de 850.000 pessoas por ano,
segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Quando não tratada, a depressão também está associada a maior risco de
morte por doenças cardíacas, assim como pode piorar a evolução de outras
enfermidades.
Cabe ressaltar que estudos demonstram que, com o passar dos anos,
pessoas depressivas, não tratadas, sofrem perdas cerebrais irreversíveis,
resultando em déficits cognitivos significativos.
QUAIS OS TRATAMENTOS?
A depressão é uma doença reversível, se tratada adequadamente. O tipo de tratamento depende da
avaliação diagnóstica de cada paciente, do tipo de depressão.
Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas
mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida
diária. Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento
pode ser apenas psicoterápico.
Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior
prejuízo sobre o dia-a-dia do sujeito, podendo ocorrer também sintomas
psicóticos (como delírios e alucinações) bem como ideação ou tentativas de
suicídio. Nesse caso, o tratamento medicamentoso se faz obrigatório, assim como
o acompanhamento psicoterápico.
Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que
podem variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos,
antipsicóticos).
Importante salientar que o
tratamento não pode ser reduzido apenas à medicação, pois a depressão é causada
por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais,
portanto a
psicoterapia é fundamental.
A complementação ao tratamento com atividades esportivas, exercícios
físicos, também é recomendável por alguns profissionais de saúde.
O TEMA DEPRESSÃO AINDA É UM
TABU HOJE EM DIA?
Ainda há muito preconceito por parte dos outros e até do próprio
paciente em lidar com o diagnóstico da depressão. A depressão ainda é
vista como fraqueza, frescura, sinal de preguiça, comodismo bem como o
psiquiatra e o psicólogo ainda são classificados para loucos, por isso muitos
atingidos optam por calar a doença, temendo que a sociedade não saiba como
lidar com seu estado.
QUEM SOFRE MAIS, MULHERES OU
HOMENS?
A incidência é muito maior entre as mulheres do que entre os homens (a
proporção é de dois casos entre elas para cada caso entre eles), todavia, ainda
não há uma explicação científica que elucide a fato da mulher ser mais
suscetível à depressão. Há algumas teorias, entre elas a flutuação hormonal;
Tensão Pré Menstrual (TPM); depressão pós-parto; uso de anticoncepcional. Além
disso, as mulheres que tem dupla jornada de trabalho, sofrem mais de estresse
que pode desencadear a depressão.
A depressão
varia de pessoa para pessoa, mas há alguns sinais e sintomas que são comuns.
Sinais e
sintomas comuns da depressão:
1) Estado
deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias;
2) Anedônia:
interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades;
3) Alteração
de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
4) Distúrbio
de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
5) Problemas
psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
6) Falta de
energia: Sente-se cansado, lento, e fisicamente esgotado. Todo o seu corpo pode
sentir-se pesado e até mesmo pequenas tarefas são difíceis de
realizar ou a demorar mais tempo para serem concluídas.
7) Auto-aversão:
Culpa excessiva, ou seja, sentimento permanente de culpa e inutilidade;
8)
Dificuldade de concentração: Dificuldade para se concentrar, tomar decisões, ou
lembrar as coisas.
9) Idéias
suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
10) Irritabilidade
ou inquietação: Sente-se agitado, e inquieto. O seu nível de tolerância à
frustração é baixo, qualquer coisa lhe incomoda.
11) Dores
inexplicáveis: Um aumento do número de queixas físicas, como dores de
cabeça, dores nas costas, dores musculares e dor de estômago.
CAUSAS?
A depressão
é uma condição muito pessoal que é acarretada por uma variedade de razões, ou
seja, as causas da
depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a
doença. Dentre as múltiplas causas podemos citar:
- Problemas de
relacionamento ou conjugal
- Recentes
experiências de vida stressantes
- História
familiar de depressão
- Solidão
- Falta de
apoio social
- Uso de
álcool ou drogas
- Tensão
financeira
- Trauma ou
abuso de infância
- Situação de
desemprego ou o subemprego
- Problemas de
saúde ou de dor crônica
COMO EVITAR A DEPRESSÃO?
Muitas
pessoas não têm as competências necessárias para gerir o stress e as emoções de
maneira equilibrada. Construir e
desenvolver competências emocionais pode dar-lhe a capacidade de encarar
e recuperar da adversidade, trauma e perda. Ou seja, aprender
a reconhecer e expressar suas emoções pode torná-lo mais resistente.
O QUE A FAMÍLIA PODE FAZER PARA
AJUDAR UM DEPRESSIVO?
1 – empreste seus ombros e ouvidos, ouça a pessoa deprimida. Apenas
esteja ali presente ouvindo o que ela tem a dizer. Na maioria das vezes ela só
quer desabafar e perceber que alguém está disposto a ouvi-la.
2 - Reconheça que a pessoa está sofrendo, pois ela realmente
está, é importante que a família entenda que a depressão é uma doença, não é
frescura, sinal de preguiça, comodismo e nem passa só com pensamento positivo.
3 – mantenha a calma, tenha paciência, não é fácil ter alguém
reclamando toda hora das mesmas coisas, mas é importante que você conserve a
calma e não origine mais um problema transformando tudo em discussão.
4 - Deixe bem claro que a pessoa tem seu apoio, saber que se tem alguém com
quem contar e que é compreendido ajuda muito na recuperação.
5 - Não tente bancar o palhaço, para tentar animar o depressivo e nem
ficar teimando em dizer toda hora para ela reagir. A depressão é uma doença e a
solução depende de um tratamento adequado.
6 - Seja carinhoso, elogie as qualidades e festeje as pequenas
melhoras. Assim a pessoa se sentirá querida, reconhecida e importante para
você.
7 - Procure se informar sobre a doença para você ficar sabendo o que
realmente se passa com o deprimido. Quanto mais conhecimento, mais você poderá
ajudar e entender determinados comportamentos.
8 - Deixe que a pessoa sempre participe nas soluções de pequenos
problemas cotidianos, fazendo com que se sinta útil, ajudando a levantar a sua
autoestima.
9 - Se o caso for grave, jamais deixe a pessoa sozinha.
10 - Leve a sério comentários sobre suicídio, informando o fato
imediatamente ao médico ou ao profissional responsável.
QUAIS OUTRAS DOENÇAS A
DEPRESSÃO PODE DESENCADEAR NO PACIENTE?
A pessoa com depressão está mais sujeita a ser acometida por
determinadas doenças dentre elas podemos citar: Acidente Vascular Cerebral
(AVC), Ansiedade, Distúrbio do pânico, Doenças cardíacas, Transtorno
obsessivo-compulsivo, Transtorno afetivo bipolar, etc.
Psicóloga Joselaine Garcia
CRP/RS 18.433
Psicóloga Clínica
Especialista em Hipnose Condicionativa
Especialista em Hipnoterapia cognitiva
Pós graduada em Docência Universitária
Membro do Latin American Quality
Institute
B L O G U E I R A - Blog: http://joselainegarcia.blogspot.com.br/
Colabora regularmente com a imprensa
escrita, rádio e televisão.
Psicóloga laureada com diversos
prêmios: Internacional, Nacional e Estadual
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