(Entrevista, concedida ao Repórter do Jornal Diário Serrano) |
Quais são os principais mitos
sobre o suicídio?
Existem muitos mitos acerca do suicídio, dentre eles podemos destacar
os seguintes:
·
A
pessoa que quer se suicidar não avisa - MITO, Suicidas freqüentemente dão ampla indicação de sua intenção,
é fundamental estar atento ao que a pessoa diz.
·
A
pessoa que ameaça suicídio deseja manipular os outros. – MITO, A ameaça de suicídio deve ser
sempre levada a sério. Isso indica que a pessoa está sofrendo e necessita de
ajuda, o que dirige a ação de suicidar-se é uma dor psíquica insuportável. A
pessoa que atua dessa forma está sofrendo e necessita de ajuda. Mesmo em caso
de tentativa de manipulação, nas mensagens enviadas, não se deve esquecer que
pode haver, também, uma grande dose de desespero para que se chegue a tal
ponto.
·
Falar
sobre o suicídio com a pessoa que quer se matar, pode estar induzindo a isso. –
MITO, Falar sobre o suicídio e as
idéias que está tendo, ajuda a pessoa a se sentir acolhida por alguém que se
interessa por seu sofrimento. Vale ressaltar que buscar ajuda profissional é
importante após esse momento.
Como a desinformação afeta a
prevenção?
A desinformação agrava ainda mais a situação. Falar sobre o assunto
pode salvar vidas. A primeira medida preventiva é a educação. Saber quais as
principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir
as taxas de suicídio no Brasil
O estigma do suicídio é um dos maiores problemas quando o assunto é
prevenção. Para que esse tabu seja desconstruído, é necessário INFORMAÇÃO!
A Prevenção de qualquer doença se faz com informação clara e objetiva.
A informação é a principal arma, salva vidas, assim como já aconteceu com outras
doenças, como as doenças sexualmente transmissíveis, diabetes ou câncer, a
prevenção tornou-se realmente bem-sucedida quando as pessoas passaram a
conhecer melhor esses problemas.
Quais os fatores mais comuns
que levam ao suicídio?
As pesquisas revelam que em mais de 90% dos casos de suicídio se
enquadra num diagnóstico de transtorno mental, portanto, o suicídio
freqüentemente é o desfecho trágico de doenças psiquiátricas como: Depressão,
transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia, abuso de álcool ou outras
substâncias, etc.
Existem, também, causas imediatas como: fracasso amoroso, morte de um
ente querido, desemprego e dificuldades financeiras; gravidez indesejada,
aborto; infecção por HIV ou outra doença sexualmente transmissível; doença
física grave; etc
No entanto é imprescindível ressaltar que sempre há muitos fatores que
se combinam e que levam ao suicídio, nunca é apenas um motivo, suas razões não
são pontuais, as causas incluem um extenso escopo é um comportamento com
determinantes multifatorial e resultado de uma complexa interação de fatores
psicológicos, biológicos, culturais e socioambientais.
Existe uma correlação entre
suicídio e uso de drogas?
História de abuso de álcool e drogas está presente entre muitas
crianças e adolescentes que cometem suicídio.
Pessoas suicidas tendem a se envolver em comportamentos
autodestrutivos, como o uso de drogas. Assim como o álcool colabora para a
violência contra o próximo, ele pode desencadear violência contra si mesmo.
O alcoolismo é um diagnóstico frequente naqueles que cometeram o
suicídio, particularmente em indivíduos jovens. Neste grupo etário tem sido
verificado que um em cada quatro pacientes suicida consumiu álcool ou droga antes
do ato.
Qual a correlação entre
automutilação e suicídio?
A automutilação é diferente da tentativa de suicídio, a pessoa se
corta, mas sabe que não vai morrer por causa disso.
A automutilação muitas vezes está relacionada a outros problemas
psicológicos, como depressão, ansiedade, transtornos alimentares, transtorno
obsessivo compulsivo (TOC), fatores esses que podem levar ao suicídio.
Infelizmente, neste processo, a ideação suicida e as automutilações
levam muitas vidas dos nossos jovens. (Entrevista, na íntegra, concedida ao Repórter do Jornal Diário Serrano, ed. do dia 18 de setembro/2016)
Psicóloga Joselaine Garcia
CRP/RS 18.433
Psicóloga Clínica
Especialista em Hipnose Condicionativa
Especialista em Hipnoterapia cognitiva
Pós graduada em Docência Universitária
Membro do Latin American Quality
Institute
Psicóloga laureada com diversos
prêmios: Internacional, Nacional e Estadual
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
Rua Barão do Rio Branco 1701, sala 101
| Fone : 55.9167-7928
CRUZ ALTA RS,
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