Mamãe!!
- Não perca tempo sofrendo, procure
uma ajuda profissional de qualidade;
- Faça o tratamento e
acompanhamento médico certinho, não desista, não desista de você e muito menos
de seu bebê;
- Tenha a certeza que a depressão
pós-parto tem cura;
- Lembre que depressão não é
frescura, é doença;
- Aceite a ajuda de pessoas
próximas.
O nascimento de um filho é um momento mágico,
que transforma a vida de qualquer mulher, porém, ao mesmo tempo em que é
excitante e cheio de expectativas, também pode ser um pouco estressante.
Durante
a gestação e após o parto a mulher passa por muitas mudanças físicas e
emocionais, assim sendo, é comum que as mulheres se sintam amedrontadas,
ansiosas, tristes e confusas. Esses sentimentos costumam ir embora depois de
algum tempo, mas em algumas pessoas eles acabam permanecendo, resultando na
depressão pós-parto.
A
depressão pós parto pode começar na primeira semana após o parto e perdurar por
até dois anos. Por ter conseqüências sérias, que podem afetar tanto a mãe
quanto o bebê, precisa de tratamento médico e psicoterapêutico.
* Quais são as causas que levam a
mãe a ter depressão pós parto?
Não
existe uma única causa para a depressão. Vários fatores podem ser mencionados
como possível causa da depressão pós-parto dentre eles podemos citar as
vivências inconscientes em que predominam as fantasias de esvaziamento ou de
castração:
·
A vivência inconsciente da angústia
do trauma do próprio nascimento, ou seja, Após o
parto, sucedem reações conscientes e inconscientes na puérpera, dentro de seu
ambiente familiar e social, que podem ativar profundas ansiedades. Uma das mais
importantes é a vivência inconsciente da angústia do trauma do próprio nascimento:
a passagem pelo canal do parto, que inviabiliza para sempre o retorno ao útero
e empurra o bebê para um mundo totalmente novo e, portanto, temido. Isto abarca
a perda súbita de percepções conhecidas, como os sons internos da mãe, o calor
do aconchego, o sentido total de proteção, provocando o aparecimento de
percepções novas e assustadoras; (Cox, Connor, & Kendell, 1982; Cox,,
Haldin, & Sagovsky 1987).
·
Separação corporal definitiva:
o parto é vida e também é morte, pois, tanto quanto na morte, no nascimento
também ocorre uma separação corporal definitiva e que se não for bem elaborado,
pode trazer uma depressão muito mais intensa à puérpera. O parto é vivido como
uma grande perda para a mãe. Ao longo dos meses de gestação, o bebê foi sentido
como apenas seu, como parte integrante de si mesma e, bruscamente, torna-se um
ser diferenciado dela, com vida própria e que deve ser compartilhado com os
demais, apesar de todo ciúme que desperta (Laplanche & Pontalis, 1986; Lai
& Huang,2004). Assim sendo, a mulher sai da situação de parto num estado de
total conflito, como se tivesse perdido partes importantes de si mesma ou lhe
tivessem extraído algo muito precioso.
·
No entanto, não é só isso. Há uma série
de outros problemas podem levar à depressão pós parto, como:
·
As ansiedades de carência materna que
pode ocorrer quando a puérpera apresenta forte dependência infantil em relação
à própria mãe ou ao marido;
·
Auto depreciação, quando se sente
incapaz de assumir as responsabilidades maternas
·
Sintomas depressivos durante ou antes da
gestação;
·
Histórico de transtornos afetivos;
·
Tensão pré-menstrual freqüente;
·
Problemas de infertilidade anteriores à
gravidez;
·
Primeira gravidez;
·
Produção independente;
·
Perda de pessoas queridas ou de um filho
anterior;
·
Presença de anomalias no bebê;
·
Desarmonia conjugal;
·
Separação do casal durante a gravidez;
·
Insatisfação com o emprego;
·
Dificuldades financeiras;
·
Aborto anterior à gravidez e até
desapontamento com o sexo do bebê.
·
Gravidez não desejada;
·
Grande número de filhos;
* Como diferenciar a depressão, do
abandono, pois muitas mães abandonam e largam os bebês por livre espontânea
vontade, enquanto outras devido à depressão? como diferenciar?
Mães
que abandonam seus filhos logo após o parto é notícia que tem feito parte do
cotidiano midiático. Infelizmente isso é uma realidade, os motivos são
diversos.
Na
grande maioria das vezes essas mulheres estão acometidas de um adoecimento.
Para saber se ela está adoecida é preciso passar por uma avaliação médica
(psiquiátrica e psicológica), somente profissionais especializados podem fazer
essa avaliação, pois vários são os adoecimentos que levam a mulher a tal
atitude, não só necessariamente a depressão pós parto, mas outros fatores
emocionais corroboram para tal comportamento.
* Por que a mulher tem um risco maior de
crises depressivas no pós-parto?
Durante
a gestação e após o parto a mulher passa por muitas mudanças físicas,
emocionais e hormonais, assim sendo, é comum que as mulheres se sintam
amedrontadas, ansiosas, tristes e confusas.
A
gestação demanda muita energia da futura mamãe, e em decorrência, o parto
igualmente exigirá muita energia. Portanto, a mulher se tornará muito mais
sensível após o parto, fato que pode colaborar para a manifestação desse tipo
de depressão.
No
entanto é importante salientar que o aparecimento desses sintomas só vai
suceder caso exista um fator que desencadeie esse sentimento de rejeição pela
criança.
* Como detectar esta
depressão? sintomas?
Os
sintomas do estado depressivo variam quanto à maneira e intensidade com que se
manifestam, pois dependem do tipo de personalidade da puérpera e de sua própria
história de vida, bem como, no aspecto fisiológico, as mudanças bioquímicas que
se processam logo após o parto.
No
entanto uma da formas de detectar é ficar atento a alguns sintomas, e um dos
sintomas muito freqüente e comum a qualquer estado de depressão pós parto é a
rejeição ao bebê. Outros sintomas comuns são:
·
Tristeza
·
Sentimentos de culpa,
·
Desânimo persistente, falta de vontade
até mesmo de fazer coisas simples como tomar banho, assistir televisão ou ler
uma revista.
·
Alterações do sono,
·
Idéias suicidas,
·
Temor de machucar o filho,
·
Presença de idéias obsessivas
·
Diminuições do apetite e da libido.
* Como tratar?
É
preciso de um acompanhamento multidisciplinar com o Obstetra, o Psicólogo e, às
vezes, o Psiquiatra.
Não
há dúvidas que a Psicoterapia é um ótimo caminho, pois a depressão afeta a
mulher, num todo. Não se restringindo apenas ao aspecto físico. Como existem
muitos fatores psicológicos, ou fatores do cotidiano da vida da mulher que
possam estar provocando ou perpetuando a depressão, psicoterapia é muito
importante. Nas depressões mais graves, o medicamento deve ser utilizado.
* É normal a mãe se sentir incapaz de
cuidar do seu filho, ou o rejeitar?
A
tristeza é um sentimento comum logo após o nascimento, mas se esses sentimentos
se agravarem e forem somados a atitudes como se afastar do filho devido ao medo
de não saber como cuidá-lo ou protegê-lo obsessivamente, é hora de procurar um
tratamento.
É
comum a mulher passar por um quadro de depressão leve depois de ter um filho. É
a chamada tristeza pós-parto, que atinge 50% das mulheres e não causa maiores seqüelas.
Geralmente
essa tristeza começa entre o segundo e o quarto dia após o parto e dura entre
quatro e cinco semanas, os sintomas da tristeza pós-parto e da depressão
pós-parto são semelhantes, porém a diferença está na duração. Na tristeza pós
parto a mãe tem choro fácil, fica irritada, indisposta ou levemente deprimida, no
entanto isso não a impede de realizar tarefas, pois dura apenas algumas
semanas. Já na depressão pós-parto o quadro é bem mais grave e incapacitante, colocando
em perigo tanto o bem-estar da mãe como o do bebê, sendo detectada entre a
sexta e a oitava semana depois do parto.
* Como a família pode ajudar esta mãe no
tratamento?
Em
casos de depressão pós parto a família tem papel fundamental e deve
principalmente ficar atenta às atitudes comportamentais da mãe em relação
ao bebê, sabendo que é muito importante preservar a relação de
afetividade entre ambos.
O
companheiro e a família podem e devem contribuir neste processo, o dialogo é
fundamental, é imprescindível também apoiar a mãe com muita compreensão, amor e
afeto, pois depressão pós parto não é “frescura”, é uma doença séria e que pode
ter sérias conseqüências.
Se
for necessário, a família não deve ter receio de procurar um especialista para
acompanhá-la, o auxílio de profissionais da área é de grande valia, como o
obstetra, o psicólogo. Especialistas têm todo o embasamento para encontrar
precocemente o tratamento para conservar a qualidade de vida de todos.
Enquanto
a mamãe está em tratamento, é adequado a família não ordenar algo que ela não
se sinta em condições de realizar. É imprescindível respeitar os limites, compreender
que a doença é incapacitante e que traz muito sofrimento é o caminho para que
ela possa sair mais rapidamente deste problema.
* A depressão pode se prejudicial ao
bebê?
Sim,
muito. O estabelecimento de um bom vínculo afetivo entre mãe e filho nos
primeiros meses de vida é essencial para o desenvolvimento saudável da criança.
A
depressão nessa fase impede que a mãe cuide-se de forma apropriada e tenha
disponibilidade emocional para cuidar e satisfazer às necessidades do filho. Além
de todo o sofrimento causado à própria mãe, a doença pode prejudicar a
qualidade da relação mãe-bebê, já que a mãe tranqüila e afetuosa tenderá a ter
um bebê calmo e tranqüilo. Por outro lado, uma mãe insegura e ansiosa poderá
acentuar sua inquietação e agitação.
A
criança poderá apresentar além da agitação, da inquietação atrasos na fala,
problemas de comportamento, choro constante.
A
depressão pós-parto também pode ter conseqüências calamitosas no futuro: os
filhos podem apresentar problemas de ajustamento social na adolescência, com
maior tendência à apatia, à depressão, e ao abuso de substâncias psicoativas,
devido à ansiedade.
(Entrevista, na íntegra, concedida ao Jornal Diário Serrano, Ed. do dia 06 de maio de 2012. JOSELAINE GARCIA - Psicóloga – CRP 07/18433)
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JOSELAINE
GARCIA
Psicóloga - Hipnóloga
Pós Graduada em Docência Universitária
Credenciada junto ao Instituto Brasileiro de
Hipnologia
Membro da Sociedade Ibero-Americana de Hipnose
Condicionativa