Psicóloga Joselaine Garcia |
Entrevista protagonizada ao Jornal Diário Serrano da Cidade
de Cruz Alta, ed. do dia 16 de novembro de 2014 - Assunto: Suicídio e
autoestima -
LEIA A ENTREVISTA NA INTEGRA,
O QUE FOI E O QUE NÃO FOI PARA A pag. DO JORNAL
REPÓRTER
- COMO DESENVOLVER E MANTER AUTOESTIMA?
- COMO DESENVOLVER E MANTER AUTOESTIMA?
PSICÓLOGA - Autoestima é o julgamento
que você faz de si mesmo, é autoconfiança, auto-respeito e auto-aceitação. Por
conseguinte o primeiro passo para melhorar a auto-estima, é identificar os
comportamentos e as crenças negativas que foram edificados durante a vida, por
exemplo: acreditar-se incapaz de alcançar grandes projetos, de arrumar um bom
marido ou uma boa esposa e crer que ascender na carreira e ganhar mais dinheiro
é prerrogativa apenas das outras pessoas. Destarte a primeira grande dica pra
vencer a falta de auto estima é ter consciência. Consciência do que você foi um
dia, do que você é hoje, e de quem você é de verdade
.
Muitas pessoas tentam viver
sem pensar, sem examinar conseqüências, sem auto avaliar-se. Somente
existe, levanta da cama pela manhã e vai para vida como se fosse um robô, sem
sentir-se, sem se perceber. Ser consciente é estar de corpo e alma em cada
coisa que faz.
Ter consciência constitui
usar adequadamente sua capacidade de pensar, raciocinar, de se aceitar e atuar
conforme decidir. É isso que nos torna humanos. Usar a nossa consciência é sair
do automático e passar a escolher.
Auto-aceitação implica em
acolher seus sentimentos, até mesmo os negativos. Olhe seus sentimentos de
frente, o que seu medo, sua raiva, sua insegurança estão lhe dizendo, analise e
dialogue com eles, aceite que eles existem e assim você vai compreender que é
possível superá-los.
A análise feita com um Psicólogo
é o método mais eficaz para o autoconhecimento.
REPÓRTER
- QUAL A IMPORTÂNCIA DISSO PARA A VIDA DE CADA PESSOA?
PSICÓLOGA - A autoestima é a melhor
aliada do sucesso na profissional e vida pessoal. Uma pessoa com autoestima alta
confia que tem o controle da própria vida, sente-se confiante em lidar com os imprevistos
e ambiciona alcançar o sucesso na vida pessoal e profissional.
A baixa autoestima é, em
muitos casos, a principal causa para depressão, ansiedade, medo, fobias, enfim,
uma série de outros problemas. Quando uma pessoa não gosta de si mesma
prontamente ela concebe que as outras pessoas também não podem gostar dela e
por essa razão opta por se esconder e evitar contato com os seus semelhantes.
A autoestima é fundamental
não apenas para as pessoas, mas igualmente para as famílias, os grupos, as
equipes esportivas, as empresas, sem ela, não há terreno fecundo.
É importante salientar que não
há idade-limite para conquistá-la.
REPÓRTER
- COMO LIDAR COM TRAUMAS? É POSSÍVEL ESQUECER, SUPERAR OU CONVIVER COM ELES? DE QUE FORMA? - CONCEITO DE TRAUMA?
- COMO LIDAR COM TRAUMAS? É POSSÍVEL ESQUECER, SUPERAR OU CONVIVER COM ELES? DE QUE FORMA? - CONCEITO DE TRAUMA?
PSICÓLOGA - Na nossa prática
profissional o trauma psíquico é um tema inseparável da clínica. Quando alguém
procura tratamento psicoterapêutico, quase sempre é porque algum acontecimento
transtornou o equilíbrio em que vivia, exigindo uma reformulação em sua maneira
de se colocar na vida.
Um trauma psicológico
decorre de uma experiência dolorosa que, por não se suportar ou por se encarar
com dificuldade, decide esconder-se na memória, é aquilo que a mente procura
esconder, porém é sistematicamente exposto pelos comportamentos, pelas
verbalizações, pela postura e, várias vezes, pela patologia de órgãos e
sistemas do corpo humano.
Os traumas psíquicos podem
ter conseqüências nas várias etapas da existência humana. Um trauma psicológico
é algo que não deixa marcas físicas expostas no corpo ou que podem ser vistas
através de algum exame, porém, suas conseqüências podem tomar dimensões
significativas, prejudicando não só a infância, como a adolescência e vida
adulta do sujeito.
Fundamentalmente, a fase da
vida onde ele ocorre (quanto mais cedo, maior o efeito negativo), a severidade
do trauma, o tempo de exposição ao trauma e o número de eventos acontecidos vão
determinar a severidade dos danos emocionais causados. Os traumas podem afetar
o funcionamento cognitivo, a saúde física e as relações interpessoais.
Algumas pessoas conseguem
livrar-se de eventos traumáticos melhor do que outros Chamamos essa capacidade
de resiliência. O resiliente seria alguém capaz de se tornar uma pessoa melhor
depois de uma situação traumática. A maneira como enfrentamos nossos traumas,
as rejeições, decepções, erros, perdas, sentimentos de culpa, conflitos nos
relacionamentos, críticas e crises profissionais, pode gerar maturidade ou
angústia, segurança ou traumas, líderes ou vítimas.
Psicoterapias mostram ótimos
resultados no tratamento de traumas, ajudam o paciente a compreender e a
resignificar as experiências traumáticas. A psicoterapia nos casos de trauma
não te faz esquecer o passado, mas ajuda a compreendê-lo de outra forma,
resignificar a sua vida afim que você possa ser um resiliente.
REPÓRTER
- QUAL A RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E AUTOESTIMA/TRAUMA?
- QUAL A RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E AUTOESTIMA/TRAUMA?
PSICÓLOGA - Encontramos questões
relativas à auto-estima em toda dificuldade emocional. Se você pensar em cada
transtorno emocional, depressão, ansiedade, síndrome do pânico, você verá em
cada um destes transtornos a autoestima prejudicada. A falta de autoestima está
abarcada na maioria das dificuldades emocionais.
Ter baixa auto-estima não
significa, fundamentalmente, ter depressão, mas uma coisa pode levar a outra.
Uma pessoa com baixa auto-estima se enxerga de maneira negativa, mas consegue
levar uma vida normal. Quem tem depressão, além dessa visão negativa, perde a
motivação para viver. Mas um indivíduo com depressão sempre tem auto-estima
baixa, pois essa sensação de incapacidade é um dos aspectos que podem torná-lo
depressivo.
Não podemos deixar de pensar
que eventos traumáticos na infância são também fatores para uma autoestima
baixa, para uma depressão bem como fatores de risco para o suicídio.
REPÓRTER
- O QUE PODE LEVAR A UMA IDEIA SUICIDA? COMO ACABAR COM ESSA IDEIA?
- O QUE PODE LEVAR A UMA IDEIA SUICIDA? COMO ACABAR COM ESSA IDEIA?
PSICÓLOGA - Há causas genéticas e
biológicas, o grau de impulsividade e agressividade, abusos físicos ou sexuais,
entre outros. Há pesquisas que demonstram que até o perfeccionismo está
associado ao suicídio, especialmente de adolescentes. Existem, também, causas
imediatas predisponentes como fracasso amoroso, perda do emprego, falência
financeira ou morte de um ente querido que agem como o último empurrão para o
suicídio. Portanto, sempre há muitos fatores que se combinam e que ocasionam o
suicídio. Nunca é apenas um motivo.
Mais de um milhão de pessoas
tiram a própria vida todos os anos no mundo, segundo a Organização Mundial de
Saúde o suicídio esta entre as dez principais causas de morte. Os fatores
determinantes do suicídio são múltiplos e de interação complexa, apesar dos
fatores que contribuem para a ideação suicida variarem, os mais vulneráveis são
os jovens, os mais idosos e os socialmente isolados.
Falar e uma das principais
maneiras de prevenir o suicídio. Falo isto porque, sendo o suicídio um ato, e o
ato, por significado, aquilo que supre um dizer, destarte, se atuo não preciso
falar, se falar não atuo. Ou seja, se oferecemos ao sujeito um lugar onde possa
falar, muito freqüentemente ele não precisara mais atuar. Falar no lugar de
atuar. Nesse sentido, se o sujeito tem
com quem falar sobre seu sofrimento, se sua fala é acolhida por alguém que esta
interessado e disposto a escutá-lo sem criticas ou julgamentos, essa é uma
forma eficaz de prevenção do suicídio.
No núcleo familiar e
comunitário, a melhor prevenção é falar sem receio sobre suicídio e saber
identificar os pedidos de socorro das pessoas próximas. Nenhuma pessoa precisa
dar uma solução para os problemas do outro, deve apenas aprender a ouvir. As
pessoas encontram as soluções dentro de si quando falam e refletem sobre seus
conflitos e emoções.
Pessoas que apresentam um
comportamento suicida carecem de acompanhamento psicológico e, se necessário,
tratamento psiquiátrico concomitante.
DrªJoselaine Garcia
Psicóloga e Hipnóloga
CRP 07/18433 e SIAHC 1488
Pós
Graduada em Docência Universitária
Hipnóloga
credenciada ao Instituto Brasileiro de Hipnologia
Membro da
Sociedade Ibero-Americana de Hipnose Condicionativa
Psicóloga
laureada com diversos prêmios a nível:
Nacional, Sul Brasil, Estadual e
Mercosul
Colabora
regularmente com a imprensa escrita, rádio e televisão.
Blog: joselainegarcia.blogspot.com